MORREU OU ESTÁ VIVO?

..............Circula na internet uma interessante corrente intitulada “Bom senso, infelizmente morreu”. Diferente daquelas mensagens que recebemos o ano todo com promessas de que seremos abençoados em cinco minutos, ou que receberemos uma bolada da Microsoft e da UOL se repassarmos para todos os amigos e ainda cestas da Nestlé, entre outras garantias, essa vale a pena ser transcrita.

..............Caro amigo, é com muita tristeza que lhe participamos o falecimento de um amigo muito querido que se chamava BOM SENSO e que viveu muitos anos entre nós. Ninguém conhecia ao certo a sua idade, pois o registro do seu nascimento foi desclassificado há muito tempo, tamanha a sua antiguidade. Mas lembramo-nos muito bem dele, principalmente por algumas de suas lições de vida, como: “Não podemos esperar tudo dos outros” ou ainda “O que me acontece também pode ser em parte por minha culpa”. O BOM SENSO só vivia com regras simples e práticas como “não gastar mais do que se tem”. Acontece que o BOM SENSO começou a perder o chão quando os pais passaram a atacar os professores que acreditavam ter feito bem o seu trabalho querendo que as crianças aprendessem o respeito e as boas maneiras. Agravou-se o seu estado de saúde quando soube que um educador foi afastado ao repreender um aluno por comportamento inconveniente na aula.

..............Enfim, o BOM SENSO perdeu a vontade de viver quando percebeu que os ladrões e os criminosos tinham melhor tratamento do que suas vítimas. Também recebeu fortes golpes morais e físicos quando a Justiça decidiu que era crime defendermo-nos de algum ladrão na nossa própria casa, enquanto a este último é dada à garantia de poder queixar-se por agressão e atentado à integridade física.

..............Certamente você já percebeu que a morte do BOM SENSO foi precedida pelo falecimento dos seus pais: VERDADE e CONFIANÇA, da sua mulher: DISCRIÇÃO, da sua filha: RESPONSABILIDADE e do seu filho: JUÍZO. Então, o BOM SENSO deixa o seu lugar para três falsos irmãos: “Eu conheço os meus direitos e também os adquiridos”, “A culpa não é minha” e “Sou uma vítima da sociedade”. Claro que não haverá multidão no seu enterro, porque já não temos muitas pessoas que o conheçam bem, e poucos se darão conta de que ele partiu. Mas, se você ainda se recorda dele e caso queira reavivar a sua lembrança, previna todos os seus amigos do desaparecimento do saudoso BOM SENSO.

..............O texto acima nada mais é do que a expressão fiel da crise de valores em que vivemos, onde o certo se confunde com o errado e vice-versa. Onde pensar como se fôssemos o outro e nos colocarmos no lugar do outro antes de tomar uma atitude que vá realmente afetar o outro, são atitudes cada vez mais escassas. Enviar por dia no mínimo cinco correntes de oração, promessas de dinheiro e cestas de chocolate nestes tempos de falta de tempo, certamente não é uma atitude de bom senso. Tentar colher frutos sem nada semear é uma decisão que poderia receber vários adjetivos, mas o mais brando que se pode dizer é que existiu a total falta de BOM SENSO. Seria total falta de bom senso citar aqui outros exemplos. Assim sendo, fica por conta de cada um imaginar as várias formas da falta de bom senso.

..............Para terminar, fica a pergunta: o BOM SENSO morreu ou está vivo? Se para você ele morreu,  está mais do que na hora de fazer sérias reflexões sobre os seus valores. Mas se ele continua vivo dentro de você, não precisa fazer nada mais do que continuar a exercitar o valioso e imprescindível BOM SENSO.

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