Como anda o desenvolvimento sustentável nas empresas?

É notório como o nível de conscientização da população, dos meios de comunicação e das empresas vem mudando à medida que anos vão passando, principalmente, se o assunto é relacionado ao desenvolvimento sustentável.  Hoje, sustentabilidade já deixou de ser uma simples mensagem, para se tornar uma mudança de atitude e mobilização, sobretudo nas grandes empresas, que enxergam nessa estratégia uma forma de atrair novos mercados.  Mas como isso veio à tona no mundo globalizado?
Para entendermos esse processo, precisamos voltar alguns anos. Após décadas – em um período em que o capitalismo desempenhou bem seu papel – onde as empresas e pessoas praticavam sem restrição, o uso indevido de recursos naturais , explorando inapropriadamente milhares de hectares de terra, os resultados puderam ser vistos nos diversos desastres ambientais. Essas mudanças negativas no meio ambiente fizeram com que a ONU (Organização das Nações Unidas) e outras organizações voltadas para saúde das pessoas e do planeta, conhecessem lentamente as consequências de anos de desenvolvimento insustentável, que acabam resultando na degradação contínua do planeta e ameaça real a espécie humana.
De lá, até agora, muito já foi falado e trabalhado por estas organizações, para que ocorresse uma redução extrema nos impactos do homem sobre o meio ambiente, incluindo tanto na sociedade, como na forma como as empresas atuam. Porém, foi no final da década de 1990, que algumas empresas norte americanas atentas às degradações ambientais, começaram a modificar suas relações com o meio ambiente, criando produtos que pudessem reduzir os gases que provocavam efeito estufa (GEEs). Essa atitude acabou por expandir a eco consciência para outros países do mundo, incluindo o Brasil. Mas será que as organizações aderiram integralmente a esta causa ou apenas a usam como marketing? 
Segundo o resultado de um estudo realizado pelo Programa Sustentabilidade na Prática – Caminhos & Desafios, do Banco Santander, o interesse pelo tema sustentabilidade cresceu em todos os andares da pirâmide das organizações. Dados do levantamento mostraram que durante os três anos de avaliação, a importância para o tema desenvolvimento sustentável cresceu em vários níveis. Entre a alta gerência passou de 65% para 82%, na média gerência começou em 50% e fechou em 72%; e, entre os funcionários que não são gestores foi de 35% para 58%. Números que comprovam que, de fato, há uma mudança no comportamento humano e que as empresas realmente estão se interessando pela nova onda verde.
De acordo com o Coordenador do curso de Administração da Faculdade UNIABEU, Alessandro Orofino, muitas empresas vêm utilizando com veemência ações de sustentabilidade nos projetos e produtos da organização, porém, a maioria ainda não alcançou a excelência necessária na utilização desses recursos.  “Finalmente as pessoas, as mídias e, sobretudo as empresas, acordaram para esse novo momento em que a sustentabilidade se tornou não mais um ‘plus’, mas algo essencial para a sobrevivência da espécie. Entretanto, as ações de diversas organizações ainda são falhas e muitas vezes motivadas somente pelo desejo de transparecer um marketing positivo, transformando o trabalho apenas em fachada. Infelizmente, ainda há muita coisa que precisa ser feita”, afirma.
Orofino explica que, para que mudanças reais, dentro e fora da organização, ocorram no sentido de propagar as ações realizadas pela empresa, é preciso que haja uma conscientização total dos funcionários, do porteiro ao presidente, e quem precisa difundir isso, são os gestores. “É preciso que haja uma mudança de mentalidade e para isso as organizações precisam investir em programas e atividades que incentivem a sustentabilidade entre os colaboradores e inovar na produção de produtos e serviços com o selo verde”, esclarece o Coordenador, complementando que, a atitude influencia também no consumidor. “Apenas o discurso ‘sou sustentável’ não é mais suficiente. Hoje, o consumidor brasileiro está cada vez mais crítico com relação à postura das corporações e sempre descobre se a empresa esta fazendo um trabalho pela imagem ou se existe um postura real dentro e fora da corporação. A internet, inclusive, é um meio onde esses consumidores podem falar bem ou mal das organizações, o que propaga e muito a imagem da empresa”, conta.
É preciso deixar claro que, se as empresas e também a população, não começarem a aderir na prática essas atitudes e não mudarem o primordial, que é a mentalidade, a biodiversidade viva na terra será realmente extinta. Infelizmente, a sustentabilidade ainda é vista por muitas organizações, como um diferencial, mas na realidade e, daqui a bem pouco tempo, ela será um requisito essencial.  
É preciso que os grandes líderes no mundo, promovam essa mudança de cultura na sociedade e no ambiente corporativo. “Talvez os Administradores não saibam, mas eles são peças chave nessas mudanças, pois através das funções da Administração, esses profissionais podem planejar, organizar, medir e gerenciar novas ações que promovam mudanças na sociedade e na organização a qual pertençam.  Como diz a letra de Geraldo Vandré: Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.  Esse é o momento e a hora da mudança.”, finaliza o Administrador.
Para o Sindicato dos Administradores no Estado do Rio de Janeiro, Sinaerj, a sustentabilidade é fator primordial para a preservação dos sistemas que mantém o suporte da vida no planeta Terra e, todas as organizações precisam se conscientizar da importância em criar um sistema empresarial econômico e social que minimizem os danos e impactos causados ao ecossistema. É necessário que os novos Administradores compreendam a importância dessa mudança e, tornando-se a coluna que transformará a mentalidade das atuais e das próximas gerações.
O grande desafio para os novos profissionais é tentar atender a demanda com ações que supram a necessidade da população, preservando o meio e necessário ambiente em que vivemos.  O Sinerj está galgando a implantação de atitudes sustentáveis em seu plano de ação a passos largos, e como um exemplo, podemos citar o atual Jornal do Administrador, nº 34, de 2014, que foi rodado em papel reciclato, como forma de preservação ao meio ambiente. Uma demonstração que com pequenos gestos, podemos mudar as grandes atitudes. 

0 comentários: